segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Os Byrons Antes de Byron, parte I.

   A história de George Gordon Byron começa muitos anos antes de seu nascimento. Para entendermos melhor sobre essa figura excêntrica e polêmica precisamos dar um salto no tempo, para a história de sua família, até chegar ao homem que conhecemos hoje.
Séculos antes do poeta nascer, o primeiro Byron, Sir John Byron, adquiria um mosteiro vendido a um baixo preço pelo então rei da Inglaterra, Henry VIII. Este último, com intenção de perpetuar sua religião e diminuir a influência do Catolicismo destituiu de diversos mosteiros. O local logo se transformou em uma abadia gótica que seria herdada pelos próximos Byrons.
John Byron, primeiro Barão Byron. 1643 - 1652.
Primeiro Barão Byron. 1599-1652.
    Juntamente com os reis da Inglaterra, a história dos Byrons é cercada de guerras, e, no meio destes conflitos seu patrimônio foi diminuindo. O terceiro Lord Byron, no século XVII, herdou a ruína de sua família, se casou com a família vizinha, os Chaworth, e chegou a se ver obrigado a vender o mosteiro.

    O quarto Lord Byron teve dois filhos muito importantes para a nossa história. O quinto Lord Byron (o último antes do poeta) marcou a linhagem dos Byrons por diversos motivos, o primeiro dele por ser acusado de assassinato de seu parente e vizinho, o então Sr. Chaworth. É dito que viram estas duas figuras em uma briga, mas não haviam testemunhas de que Lord Byron teria realmente cometido o crime. Assim, Lord Byron estava livre para voltar à sua residência em Newstead. 

    Após o crime, a fama de Lord Byron se espalhou e de maneira muito negativa, talvez isso seja o destino dos Byrons. As pessoas temiam o Lord e espalhavam histórias de crueldades que diziam ser obra dele. Até mesmo sua esposa, Lady Byron, cansada e amedrontada pelo Lord, se viu obrigada a fugir de Newstead e o Lord logo a substituiu pela criada que se chamava Lady Betty.

    Durante esse tempo Horace Walpole, conhecido por ser o autor do primeiro romance gótico “O Castelo De Otranto”, escreveu em uma de suas cartas sua experiência ao passar pela moradia dos Byrons; ele demonstrou admiração pela construção gótica do grande castelo ao redor de uma floresta apesar da má administração do Lord, e que, a sala de estar era cheia de imagens dos Byrons. Toda a descrição de Walpole ajudou a criar um imaginário gótico sobre tal família antes mesmo do nosso Lord Byron começar a escrever e obter sua fama.

    Enquanto o quinto Lord Byron causava a própria ruína, não podemos esquecer de seu irmão mais novo, John Byron, avô de nosso poeta. John Byron era o vice-almirante da marinha britânica e escreveu um livro de suas aventuras, "Naufrágio de Wager”. Por volta de 1778, John comandou frotas nas guerras americanas responsável por interceptar frotas francesas. Seguindo a história de tragédias Byronianas, o almirante foi derrotado.

    O  Vice-Almirante John Byron teve dois filhos, o mais velho deles se tornaria o pai do nosso poeta Byron. O primeiro filho, John Byron, assim como o pai, se tornou um soldado do exército. Quando jovem já era um homem endividado e de má fama, conhecido como “Mad Jack”. Byron se apaixonou pela Marquesa de Carmarthen, que era casada com um Duque, a moça também se apaixonou e se divorciou do Duque para fugir com o amante. Em 1783 nascia a famosa Augusta Maria Leigh (naquele tempo Augusta Byron), que tanto fez parte da vida de seu meio-irmão. Um ano depois sua mãe morria, dito que foram as maldades de seu marido que causaram sua morte, mesmo que Byron negue. Com a morte da esposa, também se foi todo o dinheiro restante de Mad Jack Byron.



Vice-Almirante Byron. 1723-1786.
Vice-Almirante Byron. 1723-1786.
John "Mad Jack" Byron. 1757.1791.



Referências bibliográficas:


MAUROIS, Andre. Don Juan: Ou a Fascinante Vida de Byron. [S. l.]: Nova Fronteira, 1966.

DE ALMEIDA, João; BIANCHI AYRES DE CARVALHO, Simoneta. Gigantes da Literatura Universal: Byron. [S. l.]: Verbo, 1972.

WALPOLE, Horace. Letters of Walpole Horace, Volume I. <https://web.seducoahuila.gob.mx/biblioweb/upload/letters.pdf>





Nenhum comentário:

Postar um comentário