quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Augusta Leigh

 Nasce dia 26 de Janeiro de 1783, Augusta Leigh, a “famosa” meia irmã do poeta Lord Byron


25 de outubro de 1804 - Lord Byron, com 16 anos, compartilha suas ideias de amor na tentativa de impedir que sua meia-irmã Augusta fosse atrás de George Leigh, que se tornaria seu futuro marido.


"Sinto-me um pouco inclinado a rir-me de vós, pois o amor, na minha humilde opinião, é um absurdo absoluto, um mero jargão de elogios, romance e engano; agora, pela minha parte, se tivesse cinquenta amantes, deveria, no decorrer de uma quinzena, esquecê-las todas, e, se por acaso eu alguma vez me lembrei de um, devia rir dele como um sonho, e abençoar as minhas estrelas, por me livrarem das mãos do pequeno malicioso Deus Cego. Não podes expulsar este nosso primo da tua linda cabecinha (pois quanto aos corações acho que eles estão fora de questão), ou se estás tão longe, porque é que não dás ao velho L'Harpagon (quero dizer, o general) o deslize, e fazes uma viagem à Escócia; estás agora bem perto das Fronteiras. "


Fonte: Texto adaptado de “TheByronicMuses”



domingo, 22 de janeiro de 2023

As Artes de Byron

 22 de Janeiro de 1788 nascia o poeta inglês George Gordon Byron, mais conhecido como Lord Byron. Em especial para o seu aniversário trazemos aqui diferentes pinturas do poeta durante sua vida.


Uma das primeiras imagens de Byron mostram sua imagem na infância. A infância de Byron foi turbulenta e marcou muito de seu trabalho já quando adulto, desde sua deficiência, sua infância difícil, seu primeiro amor ainda aos oito anos de idade, o que surpreendeu até mesmo o poeta, e a natureza da Escócia que remarca diversos poemas. 




Uma de suas imagens mais famosas e bonitas, se refere à Byron com 27 anos, um ano antes de seu casamento. A pintura feita por George Henry Harlow, causou diversos comentários na época pelo seu olhar. Como uma forma de piada entre amigos Percy Shelley e Mary Shelley usavam essa imagem para assustar seu filho William para que não desobedecesse.



Nesta pintura de Richard Westall Byron é desenhado como seu personagem principal Childe Harold. O artista convenceu Byron a usar sua própria imagem para vender o livro, não era de seu agrado, mas o poeta no fim cedeu, Byron negava que o poema era baseado em sua própria vida, mas a imagem que se formou entre o poeta e o poema, desde seu lançamento, foi difícil de se separar. 




A segunda imagem. também feita pelo mesmo artista, novamente trazia Byron com trajes de seu personagem.


Prepiani pintou uma fase pouco conhecida de Byron quando ele possuía cabelos mais longos. Byron usou este estilo por pouco tempo e após cortar enviou seus cachos para sua meia-irmã e também alvo de muitas polêmicas Augusta Leigh.


Este esboço foi feito por Lady Caroline Lamb, mulher com quem Byron teve um polêmico caso, na pintura ela retrata Byron e Annabella Milbank em seu casamento, o casamento foi tempestuoso, como foram normalmente os casos de Byron, e não durou muito. Com Annabella o casal teve a filha Ada Lovelace.


Pintado em 1826 esta pintura retrata o final da vida de Lord Byron. O poeta morreu em 19 de abril de 1824 na Grécia, ele viajou ao país para lutar pela liberdade contra o império otomano. Byron contraiu uma forte febre e faleceu aos 36 anos, mas foi visto como um herói para aquele povo.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

O Herói Byroniano

Lord Byron foi um dos poetas mais famosos de seu tempo, ainda assim é com timidez que seus trabalhos são popularmente  lidos. Ele influenciou e inspirou diversos autores com quem conviveu durante sua vida e até mesmo após sua morte. Muitos nunca leram e talvez nunca chegarão a ler uma obra de Byron, mas a sua figura, por meio dos livros e de sua fama, ainda reverbera até os tempos de hoje através do "The byronic hero" ou "o herói byroniano".


Byron era um poeta romântico, ao mesmo tempo em que era influenciado pelo Romantismo, ele também influenciou o movimento. Os heróis românticos, como diz Babbit (1919) possuem as características de serem rebeldes, de não se confirmarem com as normas sociais, mas também devem ter bom coração, ou seja, ao mesmo tempo em que se revoltam contra as normas sociais eles demonstram empatia pelas vítimas de tais normas. O herói romântico faz de si mesmo o centro de sua existência (WILSON, 1972). Assim, o individualismo era uma importante parte da mentalidade romântica, seus heróis eram solitários, eremitas, rebeldes e geniosos (THORSLEV, 1962).


Foram poemas épicos de Byron como Manfredo, Caim, Contos Orientais e sua obra mais famosa na época, Childe Harold’ Pilgrimage, que inspiraram a criação do ideal do herói byroniano. Em Manfredo temos um homem atormentado pelo seu passado, uma espécie de Fausto* inglês, em que faz um acordo para que esqueça de seu passado. Durante a obra acompanhamos seu sofrimento e sua fuga da sociedade. Muito da obra é inspirada nas próprias vivências de Byron e de seu alegado romance proibido com sua meia-irmã. 

Caim, que é inspirado na passagem bíblica, é um jovem rebelde que não se conforma com a vida levada e nem se sujeita à Deus. Influenciado por Lúcifer, Caim comete o crime que leva a morte de seu irmão Abel.   

O Corsário, um dos três contos presentes nos Contos Orientais apresenta o protagonista Conrad, um homem misterioso que comete crimes pela cidade. Sua crueldade é um reflexo do que sofreu em seu passado e seu lado vulnerável é visto apenas pela mulher que ama.

Childe Harold’s Pilgrimage é um de seus poemas mais famosos, considerado semi-autobiográfico, narra as aventuras de um cavaleiro medieval. A personalidade do protagonista, seus desafios e a maneira de encarar ao mundo, tão semelhante com Byron, fortaleceria a ideia do herói byroniano e sua tão forte associação com o poeta em si. Essa criação de personagem se transformaria em meados do século XIX em um personagem encontrado em romances góticos. Thorlesv (1962) diz que de todos os poetas românticos, Byron era o que mais apreciava a literatura gótica. Ele também foi o que mais se influenciou pelos trabalhos de Goethe, em especial Fausto. Nas obras de Byron é possível encontrar diversas características góticas e sua influência iria de romances de autoras como as Brontës e Gaskell, até o Brasil com o Ultrarromantismo, em especial seu grande apreciador Álvares de Azevedo. 


As influências deste arquétipo se viam no século XIX de diferentes formas. Como  Wootton (2016) traz, Jane Austen e Lord Byron, foram contemporâneos, e por algumas evidências, Byron possuía cópias de "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade" em sua propriedade, Austen  cita o autor em sua obra "Persuasão" e dizia em cartas que havia lido poemas de Byron, apesar de não haver informações de que se conheciam pessoalmente. Wootton (2016) argumenta que ambos os autores reformularam a ideia do herói no século XIX, comparado ao século passado, e de que há muito de Byroniano em personagens de Austen. Em "Orgulho e Preconceito" temos o par romântico de Elizabeth, o famoso Mr. Darcy. Darcy se apresenta inicialmente como um homem rico e arrogante, mas possui uma faceta que vemos apenas no final, de sua bondade e que possui um segredo que nos diz muito sobre a pessoa que Darcy é. Wootton (2016) também diz que as adaptações cinematográficas reforçam a ideia do personagem Byroniano. Em "A Abadia de Northanger", sua paródia do romance gótico, seus personagens masculinos são envoltos de mistério, atração e até maldade, que representam o arquétipo de personagem famoso em sua época. Na adaptação cinematográfica, tal influência ganha ênfase, pois apesar de Byron não ser citado no livro, é frequentemente citado no filme.


Com Elizabeth Gaskell em "Norte e Sul", nos trabalhos de George Eliot, o herói byroniano se formou para que as autoras discutissem o ideal de masculinidade e de romantismo, para concordar ou discordar dos ideais Byronianos. (WOOTON, 2016) Em "Norte e Sul" diversos inícios de capítulos possuem poemas de Byron. E de maneira mais popular, com Charlotte e Emily Brontë, se criou este novo herói inglês, que em algum momento talvez já não seja sobre o poeta ou sobre seus trabalhos, mas essa figura arquétipa que se adapta em diferentes obras. 


Diferenciamos o herói byroniano de um vilão gótico pela capacidade do herói byroniano de nos trazer empatia, nos fazer torcer por ele apesar de sua conduta, de ser um personagem complexo que não é inteiramente bom, nem inteiramente mau. Até mesmo o famoso Heathcliff de Emily Brontë, apesar de sua violência, é um homem cheio de emoções, é romântico (do Romantismo e do amor), e suas ações são quase justificadas pelo seu passado. 


O personagem de Byron se tornou maior do que a si mesmo, em filmes, músicas, principalmente relacionados a cultura gótica, vemos resquícios ou influências óbvias do que um dia o poeta criou, os vampiros, os vilões sensuais, os anti-heróis e revolucionários, todos carregam um pouco de Byron consigo.





Referências


WOOTTON, Sarah. Byronic Heroes in Nineteenth-Century Women's Writing and Screen Adaptation. [S. l.: s. n.], 2016.


THORSLEV, JR., Peter L. The Byronic Hero: Types and Prototypes. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1962.


WILSON, James D. Tirso, Molière, and Byron:: The Emergence of Don Juan as Romantic Hero. Studies by Members of SCMLA, [S. l.], p. 246-248, 19 jan. 2023. <https://www.jstor.org/stable/3186981?origin=crossref>


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Byron e Allegra

    O retrato abaixo é uma imaginação feita por Richard Westall, portanto Byron não posou com Allegra para produzi-lo. Westall tem a tradição de combinar a figura de Byron com seu famoso herói Childe Harold, vestindo o poeta com as roupas de seu personagem. Allegra era filha ilegítima de Byron com Claire Clairmont, a meia-irmã de Mary Shelley, com quem ele teve um breve caso.


Fonte: texto adaptado de TheByronicMuses


Ada Lovelace

    A única filha legítima de Byron, Augusta Ada Byron King, Condessa de Lovelace, mais conhecida como Ada Lovelace, foi matemática, metafísica e escritora inglesa. É reconhecida principalmente por ter criado o primeiro algorítimo para ser processado pela máquina analítica de seu amigo, Charles Babbage, que tempos depois se tornaria o computador. Ada costumava se referir aos seus estudos como ciência poética.

    O retrato abaixo foi pintado por Henry Philips em uma época em que Ada sentia dores e não gozava de boa saúde. Porém ela concordou em posar para Philips pois seu pai, Thomas Philips havia pintado os retratos mais icônicos de Byron (o retrato da “capa” e o do traje albanês). Foi um gesto sincero de Ada pois ela mal conhecia seu pai, mas amou-o e respeitou-o por toda a vida.


Fonte: texto adaptado de TheByronicMuses

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Carreira e obras (Livros - Parte 2)

No post de hoje mencionaremos obras disponíveis tanto em português como em outras línguas de livros que Byron escreveu e também de livros acadêmicos e biográficos. Infelizmente há um déficit de traduções brasileiras de livros abordando a biografia de Byron, sendo portanto importante resgatar essas obras para maior conhecimento do poeta. Destacamos aqui o trabalho da Editora Clepsidra, que lançou Caim e Manfredo em lindas edições. Confira a seguir a lista dos livros com respectivos autores e editoras. Se quiserem adicionar alguma obra que não foi mencionada aqui, sugerimos que deixem nos comentários ou envie um e-mail para nós através de: thebyronicblog@gmail.com

Nota: Agradecemos a contribuição de Anna Luiza Pontual na lista de livros disponíveis mencionados.


Livros em português:


  • Lord Byron (Kasimir Edschmid - Ed. Forum)

  • As Trevas e outros poemas (Clássicos Saraiva  - Ed. Saraiva)

  • Don Juan ou A Fascinante Vida de Lord Byron (Andre Maurois - Ed. Nova Fronteira)

  • Byron Poemas (Ed. Hedra)

  • Manfredo, Poema dramático (Ed. Clepsidra)

  • Caim, um mistério (Ed. Clepsidra)

  • Memórias de Lord Byron (Robert Nye - Ed. L&pm)

  • Poesias de Lord Byron (Ed. Art Editora)

  • Byron e Keats, Entreversos (Augusto de Campos - Ed. Unicamp)

  • Poesias de Lord Byron (Péricles Eugenio - Ed. Art Editora)

  • Byron Apaixonado (Edna Brien - Ed. Bertrand Brasil)

  • O corsário ( Ed. Anticítera - em breve nova edição)

  • A peregrinação de Childe Harold (Ed. Anticítera)

  • Poesia romântica inglesa (Byron, Shelley e Keats - Ed. portuguesa Relógio d’ Água)

  • Manfredo e O Giaour ( tradução Augusto Carlos Xavier)

  • O cerco do Corintho ( tradução portuguesa de Henrique Ernesto Coutinho)

  • Beppo ( Ed. Nova Fronteira e Coleção de Bolso Saraiva)

  • Lara ( Ed. Clepsidra)

  • Byron no Brasil (Onédia C. Barbosa)

  • A escola byroniana no Brasil (Pires de Almeida)

  • Lord Byron em Portugal (Alberto Telles)

  • Sol dos Insones - Antologia Poética (Ed. Zouk)

  • Don Juan (tradução integral por Lucas de Lacerda Zaparolli de Agustini, em sua tese de doutorado, disponível em PDF na internet)


Livros estrangeiros:


  • Lord Byron, The last Phase (Richard Edgcumbe - Ed. Severus)

  • Lord Byron, Major Works (Ed. Oxford)

  • Lord Byron and Scandalous Celebrity (Clara Tuite - Ed. Cambridge University Press)

  • Las Memorias de Lord Byron (Robert Nye - Ed. L&pm)

  • Lord Byron, Six Plays (Ed. Lulu Press)

  • Lord Byron (Andre Maurois - Ed. Espasa-calpe Argentina)

  • Lord Byron (Alphonse Sèche et Jules Bertaut - Ed. Louis Michaud)

  • The Works of Lord Byron selected Poems of Lord Byron ( Ed. The Wordsworth Poetry Library)

  • Poems of Lord Byron 3 volumes ( Ed. J. M. Dent & Sons Ltd)

  • Lord Byron un Tempérament Littéraire (Ed. Les Grandes Etudes)

  • Byron in Context (Clara Tuite - Ed.Cambridge University Press)

  • Correspondance de Lord Byron II (John Murray - Ed. Librarie Plon)

  • Byron (Nigel Patten - Ed. Strategic Book Group, LLC)

  • Dangerous to Show: Lord Byron and his Portraits ( Geoffrey Bond and Christine Kenyon Jones - Ed Unicorn)

  • The Fall of the House of Byron (Emily Brand - Ed. John Murray Publishers Ltd)

  • I, Ada (Julia Gray - Ed. Andersen Press)

  • Finden´s Byron´s Beauties (William Finden George G Francis Finden - Ed. Wentworth Press)

  • Conversations of Lord Byron with Thomas Medwin, Esq (Thomas Medwin - Ed. Nabu Press)

  • The Life of Lord Byron: With his letters and journals and illustrative notes (Thomas Moore - Ed. Severus)

  • Byron: A Symposium (John D. Jump - Ed. Palgrave)


Lord Byron

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Carreira e obras (Livros - Parte 1)

     Lord Byron começou a escrever muito jovem, mas não publicou suas peças. Em 1806 começou a reunir seus poemas e publicou o primeiro volume de sua coleção em particular, que teve má recepção. Mais tarde, em 1807, ele publicou “Hours of Idleness”, seguido por "English Bards and Scotch Reviewers". Essas publicações o colocaram no centro das atenções e ele se tornou conhecido no meio literário da época.  Byron republicou diversos poemas sob nomes diferentes. Se contarmos apenas os títulos, escreveu cerca de 408 poemas.

    Sua amizade com John Cam Hobhouse acelerou ainda mais sua carreira literária. Juntos, viajaram para a Grécia, Turquia, Malta, Albânia e Portugal. Foi nessa época que ele começou a trabalhar em seu poema épico, "Childe Harold's Pilgrimage"ou " A peregrinação de Childe Harold", que chegou às prateleiras em 1811. Mais tarde, em 1816, ele viajou para Genebra e Suíça com Shelley e Mary Godwin, completando o terceiro canto do poema. Além de escrever poesias, editou o jornal Carbonari, O Liberal.

    Em 1832, seu editor, John Murray, lançou as obras completas em 14 volumes duodecimais, incluindo uma biografia de Thomas Moore. As edições subsequentes foram lançadas em 17 volumes, publicados pela primeira vez um ano depois, em 1833. Uma extensa coleção de suas obras, incluindo as primeiras edições e manuscritos anotados, é mantida no Arquivo John Murray na Biblioteca Nacional da Escócia em Edimburgo.

    A seguir as principais obras do autor com as respectivas datas. Em postagens futuras algumas obras serão abordadas detalhadamente.

Grandes Obras:

Hours of Idleness (1807)

Lachin y Gair (1807)

English Bards and Scotch Reviewers (1809)

Childe Harold's Pilgrimage, Cantos I & II (1812)

The Giaour (1813)

The Bride of Abydos (1813)

The Corsair (1814) 

Lara, A Tale (1814)

Hebrew Melodies (1815)

The Siege of Corinth (1816)

Parisina (1816)

The Prisoner of Chillon (1816)

The Dream (1816) 

Prometheus (1816) 

Darkness (1816) 

Manfred (1817) 

The Lament of Tasso (1817)

Beppo (1818) 

Childe Harold's Pilgrimage (1818) 

Don Juan (1819–1824; incomplete on Byron's death in 1824) 

Mazeppa (1819)

The Prophecy of Dante (1819)

Marino Faliero (1820)

Sardanapalus (1821)

The Two Foscari (1821)

Cain (1821)

The Vision of Judgment (1821)

Heaven and Earth (1821)

Werner (1822)

The Age of Bronze (1823)

The Island (1823) 

The Deformed Transformed (1824)

Letters and journals, vol. 1 (1830)

Letters and journals, vol. 2 (1830)


Poemas líricos mais curtos selecionados

Maid of Athens, ere we part (1810) 

And thou art dead (1812) 

She Walks in Beauty (1814) 

My Soul is Dark (1815) 

The Destruction of Sennacherib (1815) 

Monody on the Death of the Right Hon. R. B. Sheridan (1816) 

Fare Thee Well (1816) 

So, we'll go no more a roving (1817) 

When We Two Parted (1817) 

Ode on Venice (1819) 

Stanzas (1819)

Don Leon (não por Lord Byron, mas atribuído a ele; 1830)


"Memento Mori. Still life with old books" ( Vita Schagen, 2021)

Referências 

GEORGE GORDON BYRON. Literary Devices: Definition and Examples of Literary Terms, 2022. Disponível em: https://literarydevices.net/lord-byron/. Acesso em: 02 de jan. de 2023.

LORD BYRON. Wikipedia: The Free Encyclopedia, 2023. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Lord_Byron#cite_note-moore_life-153. Acesso em: 02 de jan. de 2023.

SCHAGEN, VITA. Memento Mori. Still life with old books. Disponível em: https://www.artmajeur.com/vita-schagen/en/artworks/12285086/memento-mori-still-life-with-old-books. Acesso em: 02 de jan. de 2023.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Sobre Lord Byron

    Longe de ser "louco, mau e perigoso de se conhecer", ou mesmo apenas um amante famoso e desafiador ousado das normas políticas, sociais e sexuais, Byron era um poeta superlativo; um comentarista altamente inteligente, astuto e bem-humorado em todos os aspectos da vida; um herói para os gregos, cuja independência nacional ele ajudou a conquistar, e um indivíduo intrigante cuja poesia e cartas francas revelam uma personalidade extraordinariamente atual e relevante para os dias de hoje.

    Desde a manhã em que "acordou e se viu famoso" em 1812, após a primeira publicação de Childe Harold's Pilgrimage, até os cantos finais de seu épico experimental, satírico e romântico Don Juan, Byron tornou-se de longe o mais famoso poeta inglês do início do século XIX.

    Agora ele é igualmente conhecido não apenas por seus poemas como "She walks in beauty",  "So we'll go no more a-roving", "Darkness" e "Beppo", mas também por sua vida sensacional, sua beleza, seus numerosos e notórios casos de amor e suas cartas e diários espirituosos e comoventes.

(Texto retirado do site "The Byron Society", acesso em 23 de dezembro de 2022).

                 


quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Os Byrons antes de Byron, parte II.

 

Nestwead Abbey, 1975.

    A mãe de Byron, que lhe deu o seu outro sobrenome Gordon, nasceu na Escócia. Em todos os relatos é dito que Catherine de Gight não era bonita, mas havia algo que atraia a atenção: sua imensa fortuna. Se há tragédias pelo lado Byron, os Gordon também não estavam muito para trás, uma história de assassinatos e enforcamentos marcou o histórico da família e a sua fama pela Escócia. Uma dessas vítimas de tragédias familiares foi o pai de Catherine, que se matou afogando-se no mar, seu nome: Georges Gordon. Catherine se casou por amor, em 1784 com o então Capitão Byron.

Catherine Gordon Byron. 1765-1811.

Vivendo na Escócia o Capitão era muito mal visto pelos escoceses que não gostavam de seus costumes rudes e vulgares. E em pouco tempo ele começou a extinguir o dinheiro de sua esposa. Sem dinheiro para se sustentar, o casal deixou a Escócia e se mudou para a Inglaterra. Apesar de todas as dificuldades e descaso do marido, Catherine continuava o amando e se esforçando para cuidar de Augusta até que a criança foi viver com sua avó materna. Grávida e sozinha, Catherine vivia em um pequeno apartamento na Inglaterra, enquanto Byron se mudou para Paris e aparecia apenas quando precisava de dinheiro, que a mulher não conseguia negar. Byron dizia que não conseguia se controlar e nem responder por si sobre seu gasto de dinheiro, enquanto isso Catherine tentava viver com o mínimo possível.

 

De volta à Escócia, em 22 de Janeiro de 1788, nascia George Gordon Byron. Desde pequeno George era considerado uma criança bonita, mas possuía um problema que influenciaria diversos aspectos e complexos da sua vida, por um acidente de parto Byron nasceu com uma deficiência interna no calcanhar que o fazia mancar, apesar de por fora não poder ser visto problema algum. O rapaz passou a infância fazendo tratamentos dolorosos, com sapatos ortopédicos, ligaduras e outros tratamentos que não o ajudavam realmente. 


Crescendo em todo este conflito, não seria surpresa que Byron, desde pequeno, fosse alguém difícil de lidar, temperamental assim como seus pais. 


O Capitão Byron, após viver tudo que podia e extorquir a esposa, em 1791 enviou cartas dizendo sobre sua falência e morreu naquele mesmo ano. Catherine ainda sofreu muito com a morte do marido, e sempre o amou mesmo abandonada. A vida de Byron não foi melhor depois da morte do pai, diferentes relatos tratam da infelicidade de sua mãe e como isso refletia em seu tratamento com o filho e o inconstante humor. 


Byron possuiu em sua vida momentos conflitantes sobre suas origens escocesas e sua infância. Ele recorda da Escócia com afeto, como demonstra em suas descrições de natureza romântica em seu poema épico Don Juan e também quando relembra suas origens no mesmo poema ""half a Scot by birth, and bred a whole on". Mas houveram também momentos, também já adulto, em que disse odiar o sotaque escocês, quando apontaram que ele o possuía. Muito há de ser dito sobre a infância de Byron e como ela o afetou em sua vida e em seus trabalhos, mas por hoje vamos voltar ao quinto Lord Byron acima citado. 


Lord Byron não se importava com o futuro herdeiro, seu filho havia morrido e George Gordon Byron se tornou o próximo na fila de sucessão, em 1798, Byron tinha apenas 10 anos de idade, a família recebeu uma carta dizendo que o quinto Lord estava morto. O pequeno Byron estava na escola quando recebeu a notícia regada de regalias oferecidas pela escola ao contar a notícia, e assim ele deixava de ser George Gordon Byron para se tornar o sexto Lord Byron. Sua mãe vendeu os móveis da casa e deixaram a Escócia e toda aquela pobreza em que viviam, viajaram para Inglaterra para que o pequeno pudesse receber sua herança e seu título. 


A casa de Byron na infância na Escócia. A casa foi destruída no século 20 para a extensão de uma universidade. 

Referências bibliográficas:


MAUROIS, Andre. Don Juan: Ou a Fascinante Vida de Byron. [S. l.]: Nova Fronteira, 1966.

DE ALMEIDA, João; BIANCHI AYRES DE CARVALHO, Simoneta. Gigantes da Literatura Universal: Byron. [S. l.]: Verbo, 1972.

MOORE, Thomas. Life of Lord Byron: With His Letters and Journals. 1. ed. Londres: [s. n.], 1854.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Os Byrons Antes de Byron, parte I.

   A história de George Gordon Byron começa muitos anos antes de seu nascimento. Para entendermos melhor sobre essa figura excêntrica e polêmica precisamos dar um salto no tempo, para a história de sua família, até chegar ao homem que conhecemos hoje.
Séculos antes do poeta nascer, o primeiro Byron, Sir John Byron, adquiria um mosteiro vendido a um baixo preço pelo então rei da Inglaterra, Henry VIII. Este último, com intenção de perpetuar sua religião e diminuir a influência do Catolicismo destituiu de diversos mosteiros. O local logo se transformou em uma abadia gótica que seria herdada pelos próximos Byrons.
John Byron, primeiro Barão Byron. 1643 - 1652.
Primeiro Barão Byron. 1599-1652.
    Juntamente com os reis da Inglaterra, a história dos Byrons é cercada de guerras, e, no meio destes conflitos seu patrimônio foi diminuindo. O terceiro Lord Byron, no século XVII, herdou a ruína de sua família, se casou com a família vizinha, os Chaworth, e chegou a se ver obrigado a vender o mosteiro.

    O quarto Lord Byron teve dois filhos muito importantes para a nossa história. O quinto Lord Byron (o último antes do poeta) marcou a linhagem dos Byrons por diversos motivos, o primeiro dele por ser acusado de assassinato de seu parente e vizinho, o então Sr. Chaworth. É dito que viram estas duas figuras em uma briga, mas não haviam testemunhas de que Lord Byron teria realmente cometido o crime. Assim, Lord Byron estava livre para voltar à sua residência em Newstead. 

    Após o crime, a fama de Lord Byron se espalhou e de maneira muito negativa, talvez isso seja o destino dos Byrons. As pessoas temiam o Lord e espalhavam histórias de crueldades que diziam ser obra dele. Até mesmo sua esposa, Lady Byron, cansada e amedrontada pelo Lord, se viu obrigada a fugir de Newstead e o Lord logo a substituiu pela criada que se chamava Lady Betty.

    Durante esse tempo Horace Walpole, conhecido por ser o autor do primeiro romance gótico “O Castelo De Otranto”, escreveu em uma de suas cartas sua experiência ao passar pela moradia dos Byrons; ele demonstrou admiração pela construção gótica do grande castelo ao redor de uma floresta apesar da má administração do Lord, e que, a sala de estar era cheia de imagens dos Byrons. Toda a descrição de Walpole ajudou a criar um imaginário gótico sobre tal família antes mesmo do nosso Lord Byron começar a escrever e obter sua fama.

    Enquanto o quinto Lord Byron causava a própria ruína, não podemos esquecer de seu irmão mais novo, John Byron, avô de nosso poeta. John Byron era o vice-almirante da marinha britânica e escreveu um livro de suas aventuras, "Naufrágio de Wager”. Por volta de 1778, John comandou frotas nas guerras americanas responsável por interceptar frotas francesas. Seguindo a história de tragédias Byronianas, o almirante foi derrotado.

    O  Vice-Almirante John Byron teve dois filhos, o mais velho deles se tornaria o pai do nosso poeta Byron. O primeiro filho, John Byron, assim como o pai, se tornou um soldado do exército. Quando jovem já era um homem endividado e de má fama, conhecido como “Mad Jack”. Byron se apaixonou pela Marquesa de Carmarthen, que era casada com um Duque, a moça também se apaixonou e se divorciou do Duque para fugir com o amante. Em 1783 nascia a famosa Augusta Maria Leigh (naquele tempo Augusta Byron), que tanto fez parte da vida de seu meio-irmão. Um ano depois sua mãe morria, dito que foram as maldades de seu marido que causaram sua morte, mesmo que Byron negue. Com a morte da esposa, também se foi todo o dinheiro restante de Mad Jack Byron.



Vice-Almirante Byron. 1723-1786.
Vice-Almirante Byron. 1723-1786.
John "Mad Jack" Byron. 1757.1791.



Referências bibliográficas:


MAUROIS, Andre. Don Juan: Ou a Fascinante Vida de Byron. [S. l.]: Nova Fronteira, 1966.

DE ALMEIDA, João; BIANCHI AYRES DE CARVALHO, Simoneta. Gigantes da Literatura Universal: Byron. [S. l.]: Verbo, 1972.

WALPOLE, Horace. Letters of Walpole Horace, Volume I. <https://web.seducoahuila.gob.mx/biblioweb/upload/letters.pdf>